Paixão Arde, Desejo Trai

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As Tribos de Relacionamento Moderno (Parte IV)



Está na moda dizer que fazer sexo é saudável, que é bom para o coração, cura depressão… Esta questão antiga está de nova roupagem. E a velha pergunta ressurge e se arrasta em cogitações.

Boas perguntas para se refletir, mas em faixas etárias diferentes, de acordo com experiências, vivências diferentes. A questão 'adolescentês' mais premente é: Sexo com amor, ou sexo sem amor? Sexo é mesmo sempre saudável? Para despertar a atenção dos adolescentes, e lhes passar uma visão didática, que só será mesmo entendida na vida, estas questões são básicas.

Já na maturidade para se pensar esse tema é bom mesmo considerar algumas circunstâncias: Sexo por amor; sexo por obrigação; sexo por vingança; sexo por pura atração; auto estimulação sexual; sexo fingido; sexo grupal; sexo ocasional; sexo seguro; etc e muito mais e para além da imaginação, existem pretextos para a realização deste ato, que é sempre movido pela curiosidade, o desafio da descoberta, de si e do outro.

Entretanto a pergunta que se pode ler nas entrelinhas é: Gostar de sexo, ter baixa resistência ao desejo e ceder simplesmente perdendo a noção da realidade, é pecado? E por que seria?… Pecado.

Uma eventual resposta, para ser verdadeira teria que estar isenta de princípios e valores morais. Teria que se exonerar das questões culturais e situar-se na biologia. No entanto considerando que deve haver uma sintonia entre corpo e alma, segui-se rumo ao infinito uma dicotomia, um conflito sem tréguas…

Pecado se alguém descobre… Mas não se tem noção de pecado, talvez apenas de culpa quando alguém não descobre que alguém é irresistivelmente 'dedicado' ao prazer sexual.

Querer sempre mais é tara? É desrespeitar os sentimentos alheios? O certo seria pensar que: ''…se fizer sexo com aquele alguém terá que manter com este alguém, no mínimo, uma relação estável, mas se este alguém, depois da primeira 'pegada', se desinteressa pelo parceiro já pode ser considerado (a) 'cafajeste', aproveitador (a)…'' Seria esta vertente a mais certa?

O que está sendo editado nos novos scripts para que alguém se sinta apto a viver ou pertencer as novas tribos de relacionamento moderno? Onde e como está sendo vivido o item fidelidade. E mais que isto, o item grupos de riscos no que concerne a doenças sexualmente transmissíveis. Como pensam estas questões os novos grupos que estão se formando?

Será que as formas de amar estão compartimentalizadas? Tipo: O sentimento de dentro para fora se vive num relacionamento na internet, onde a exposição pode ser amenizada, menos evidenciada, despistada. E, por sua vez, sexo à flor da pele se vive com pessoas menos envolvidas no dia a dia.

Por outro lado, um encontro eventual, ou sexo casual entre amigos, etc, era considerado perversão. Mas já há grupos de relacionamentos cada vez maiores que dizem não, não é. Estas questões estão se tornando simples opções, e já não estão sujeitas a sanções repressivas, como outrora.

Vale salientar que esta nova forma de comportamento convive com antigos e arraigados costumes. Portanto, tudo continua assim, até que um dia surja um parceiro(a), que reúna tantos atributos, tantas afinidades, que não dá para manter essa dicotomia. Nessa hora caem os disfarces e tudo fica sério. A brincadeira já não assume riscos. Emergem percepções, certezas que nenhum relacionamento dá, embora prometa, sem prometer. É um acordo mutuo, velado.

Assim aparecem casais de namorados, relacionamentos estáveis de toda natureza. Relações que já começam a serem disciplinadas em lei, e o resultado de tantas manobras onde no começo sexo era tudo ou quase tudo acaba reafirmando a instituição do casamento que continua a existir, embora dentro de padrões legítimos e ilegítimos mais flexíveis.

E as noivinhas de branco continuam encantando a todos e todas. E se, ou quando, passa este estado encantado, começa tudo de novo… Isto sim é modernidade na revolução sexual. Algo como woodstock reeditado, em fibras óticas e eletroeletrônica da era digital… Era que suga letras, imagens e pensamentos e os transformam em vida, devolvendo todo este acervo virtual para a realidade e recriando vida, e vive-versa até o infinito de cada um.

Nesta novidade a linguagem é toda específica, quase um dialeto. Neste a palavra 'ligar' está para desde o simples ato de ligar a tomada na parede até passar a interagir com sua tribo, seu meio, estar no ar…

Valeu… Vale descobrir o que é básico para o ser humano o Homo sapiens 'social contemporâneo': Viver a moral é esta descoberta, ou busca, que passa pelo fato de encontrar algo que realmente goste, queira. Uma coisa, ou um alguém que signifique mais para si mesmo, e que valha mais do que tudo no mundo e ao encontra-lo, mais vale lutar por ele.

Alvo situado na cena poética de seus sonhos e que só ele (ela) sabe. E sabendo reconhece de primeira, e lá bem fundo flui a certeza que tudo valeu a pena. Este é seu maior poder, determinação, isso é: fibra moral.

O importante realmente é 'que a mão esquerda não envergonhe a mão direita'. Assim a própria Biblia divide o mundo em dois. Um nível e um subnível, um deles não pode ser desvelado é assim que têm sido respondidos todos os questionamentos sobre a relação sexual humana.

Isso torna a sexualidade algo complicado, quando originalmente seria tão simples. Desde que Eva não tivesse comido a maçã…

Ibernise
Indiara (Goiás/Brasil), 08MAI2010.
Nucleo Temático Educativo.
Ibernise
Enviado por Ibernise em 13/05/2010
Alterado em 26/08/2013
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