Paixão Arde, Desejo Trai

Mostra de Poemas Comentados de Ibernise

Textos


Monólogo que Falo



Era uma vez e mais não sei quantas, uma fala e um falo.
A conversa , na verdade era um monólogo do ponto de vista do falo daí a necessidade da fala.
A fala sentou-se num galho de árvore, distante do chão; era um tronco grosso do qual emergira o galho campeão, imponente a olhar para o seu vértice, era para si, a materialização do falo.
A fala com suas duas pernas, separadas na vertente por aquele imponente falo, que baloiçavam movimentavam-se ao vento, em odores e calores, suores...
Poderia ser tudo uma grande brincadeira.
Mas o falo que lhe olhava, fixo e firme insistia que queria brincar com a fala, que relutante queria apenas contemplá-lo e tocá-lo através da sua oralidade.
E ele ainda em clima de contemplação arrisca compensar a fala consigo mesmo.
Sim aqui estou eu pronto e todo animado, a sentir a fala somente encostadinho...
Na verdade queria mesmo era contentá-la sentindo-a de dentro, entrar e sair ao meu e seu contento simplesmente pelo prazer do movimento, do fugaz momento em que a felicidade nossa é garantida. Mas aqui estou eu a contentar-me em estar junto saindo do meu tronco entre pernas, frente a sua vertente, a espera que nossas vertentes afinal vertam e convertam-se em toda a emoção de um simples começo que nem era brincadeira e de repente com ares de seriedade, levamos à sério o 'ser feliz' por inteiro, porque querer é sempre mais...

Ibernise.
Barcelos (Portugal), 25MAI2013.
In: Mini Contos do Absurdo:'Monólogo que Falo' prosa de Ibernise.



Ibernise
Enviado por Ibernise em 25/05/2013
Alterado em 25/05/2013
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras