Paixão Arde, Desejo Trai

Mostra de Poemas Comentados de Ibernise

Textos

Contos da Alma
Aqui não existe lugar que não eu não veja você; pensara a menina. Naquele lugar impregnado  de cenas de amor, tanto e tanto que parece, no todo com uma grande fotografia, que uma vez exposta aprisiona aquele tempo, conectado ao momento, que o olhar forma o link, pintando a alma de pink...

Uma tela em aquarela que fala de natureza, música e poesia, coisas que eram a sua vida de menina; que sonhara com pequeninas coisas suas, que depois passaram a ser também do seu amor. Amor agora neste espaço de saudade, que rompe seu peito em soluços. Uma saudade que é corpo, é alma, é distância... Um longe que está perto, se perto e um perto que está longe se longe.

Assim sentira a menina... Assim se limitava a lembrar, num gozo gostoso de gozar. Num êxtase longe de acabar... 'Tu sem mim, eu sem ti... ' Imaginara a menina, coisa incompreensível...

Quando só aquele amor, o seu amor, daria sentido a sua vida, a direção da linha mais curta entre dois pontos: A reta. Porque entre os amores, a distância é sempre tão curta, tão curta, seja qual for o longe, mesmo quando tão perto que possa ouvir o coração a bater, sentir o sangue a pulsar, o hesitar num frio que treme amparado num abraço. Assim a direção, o tempo e a distância são sempre no sentido do encontro.

'A beleza da vida és tu', sentira a menina, a sonhar, contente de mais uma vez estar amando. Sentir pelo voto do amado, a promessa do amante, pela boca que canta o beijo acariciado e nu. Pelo peito que anseia na espera entre fitas e flores, porque a festa é a espera, pois o encontro é efêmero e o que o alimenta é a espera, sempre uma promessa, promissora.

Entre um devaneio e outro, se perdeu a menina, onde está? Onde se queria suprema. Onde todos se perdem ao se encontrar. Onde todos morrem para renascer, consagrada onde todos querem seu querer... Onde a sede não acaba ainda que se tenha muito bebido, onde os quereres no aconchego pleno querem estar. No desejo de uma carícia que nunca acaba porque não há tréguas neste compartilhar.
In: ' Água da Minha Sede' de Ibernise. Mini Série 'Contos da Alma'. Barcelos (Portugal), 15SET2015.


Ibernise
Enviado por Ibernise em 23/01/2018
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