Paixão Arde, Desejo Trai

Mostra de Poemas Comentados de Ibernise

Textos

FOLIA DE CASAL*
           



Vem fazer meu carnaval...
Vem logo! Minha querida!
A gula é o meu mal...
Vem depressa minha vida...
Vem fazer meu carnaval...

Vem fazer meu carnaval
Esperei o dia inteiro
Este prato especial
A gula é o meu mal...
Esqueces que sou festeiro?
Vem fazer meu carnaval...

Vem fazer meu carnaval...
Estou faminto e irado,
Vou parar no hospital...
A gula é o meu mal...
Chegue-se a mim, adorada,
Só você faz meu carnaval...

  Excerto do Poema Folia de Casal

A gula literalmente é voracidade, desejar compulsivo... O casal folião exibe uma vontade muito forte de iniciar uma brincadeira... Tal diversão está associada a digerir algo, cujo significado não é homônimo, mas é similar... A gula assume socialmente uma conotação intelectual. Nesta o sentido está permeado da idéia de que a funcionalidade desejada está abaixo das potencialidades máximas. Daí a idéia de não saciedade, que querer mais e mais... Se este desejar voraz, não atinge o limiar, sublima o desejo desviando-o para outras áreas em busca do prazer (Freud/Para Além do Princípio do Prazer), como exemplo: Compulsividade para comprar, beber, conquistar, etc... A sensação geradora é de que não se está fazendo tudo que se é capaz, ou pensa ser capaz. Em todas as gulas a atitude mental básica (fantasia) é: necessito apreender tudo. 



Ibernise.
Caldas Novas (GO), 02.01.2007.
*Núcleo Temático Filosófico. Abordagem poética dos sete Pecados capitais
Direitos autorais reservados _Lei n. de 19.02.1998.
Ibernise
Enviado por Ibernise em 30/01/2007
Alterado em 17/02/2009
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